quinta-feira, 8 de março de 2018

A supervalorização da Música Estrangeira

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   Pois é pessoal, é uma pena! Tanta coisa boa acontecendo e se perdendo, nesse querido Brasil que é tão rico, tão criativo, tão alegre e cultural. Cada vez mais estamos perdendo isso com essa massificação do "Brasil urbano", carioca ou paulista estereotipado. Estereótipo é geralmente um conceito infundado sobre algo e é geralmente depreciativo, que as pessoas se baseiam em opiniões alheias e as tornam como verdadeiras. O Estereótipo também faz parte do racismo, xenofobia e intolerância religiosa. Existem estereótipos positivos também, por exemplo, o Brasil ser conhecido como o país do futebol, isso demonstra uma grande qualidade da seleção e dos jogadores brasileiros.

Com esse crescimento absurdo de letras depreciativas, onde a toda hora abordam o "sexo explícito" e a banalização da mulher, tenho a impressão de que aqui no Brasil perde-se cada vez mais a boa cultura musicalmente falando. Até mesmo as rádios não se interessam mais por artistas iniciantes que tenham ou gravem músicas com letras que não seguem este padrão. Porque há um vício nos meios de comunicação de se repetir o que está dando certo na atualidade, não sobrando espaço para outras letras e artistas.

Por quê?

 Vou fazer uma analogia com a história das gravadoras. A gravadora precisa de uma artista mulher, com timbre mais baixo, voz mais grossa. Então, pronto, temos aqui esse produto. E outra gravadora vai tentar arrumar um produto parecido com aquele. Aí aquela primeira artista vai tentar no próximo disco repetir aquele produto que deu certo com a gravadora daquela primeira vez e vendeu 100.000 discos. Em um momento em que a gente não está mais vendo isso, pelas falências das gravadoras, as pessoas têm que ser reinventar. Acho que na comunicação acontece a mesma coisa. As rádios se repetem. As emissoras se copiam. Temos várias emissoras que tocam a mesma playlist, que são iguais quando não são de notícias ou de religião. O rádio do Brasil esqueceu o rádio de "autor", esqueceu o rádio como propagador de cultura, como formador de opinião e conteúdo. A primeira vez que Caetano Veloso ouviu o João Gilberto foi uma rádio de praça, a primeira vez que João Gilberto ouviu Orlando Silva também. Era assim. O rádio refletia a nossa realidade cultural. Mas nos anos 80 começou aquela babaquice de MPB de um lado, rock do outro. Agora, com essa quebra de unanimidade dos veículos, talvez haja uma revolução nos meios de comunicação.
   Quando você fala dessa nova geração que produz disco em casa e distribui sozinho isso é muito inspirador na minha opinião. Se eles fazem isso pra fazer o disco, porque eu não posso fazer isso pra fazer uma rádio? Aí pesquisei e fui buscar as possibilidades. A Rádio Vozes é uma plataforma geradora de conteúdo em que você pode buscar música negra do Brasil e do mundo com o programa Flower Power, o próprio Vozes do Brasil, o Maritaca e o Pequeno Cidadão, que são conteúdo pra criança com "contação" de histórias. Está lá, ao vivo 24 horas. Se você quer ter a experiência de rádio, uma boa rádio para ouvir, com diversidade musical, boletins, hora certa, tudo isso está ali. Mas, ao mesmo tempo, também está offline. E você pode escolher entre 30 programas o que melhor te interessar.

 Porque em tempos de Spotify, em que as pessoas escolhem o que querem ouvir, ainda é importante existir uma rádio?

  O nosso repertório pessoal é limitado, eu quem o diga. Mesmo no meu Spotify eu adoro o Descobertas da Semana porque tem coisas ali que realmente eu não tinha pensado em ouvir e buscar. E, numa rádio, a gente tem essas surpresas. Tenho amigos que me ligam e me falam: "Nossa, que delícia, eu estou ouvindo rádio de novo, fazia muito tempo que isso não acontecia. Muita gente perdeu gosto. A Rádio é um assunto que me ocupa há mais de 30 anos, sempre ouço. Quando eu comecei a pensar na grade eu comecei a pensar em tudo o que eu já fiz e em tudo o que eu gostaria de ter feito nas rádios por onde eu passei e não consegui fazer.

O grande problema hoje em dia é que as RÁDIOS atuais supervalorizam as músicas internacionais, muitas vezes deixando de lado os atuais e os novos artistas que surgem com bons conteúdos, e que poderiam brilhar e ascender a nossa cultura musical que cada dia a mais está tão banalizada.
   Certa vez ouvi um comentário de um determinado locutor numa rádio:  "os nossos ouvintes "fingem" gostar de música brasileira, mas na verdade eles não gostam, eles gostam de outra coisa."

Na verdade, essas músicas que se repetem nas rádios mais quadradas eu também não gosto. Certos tipos de e letras banais de funk ostentação, algumas internacionais e outras não importando o gênero. Essas músicas realmente não me interessa, e talvez não interesse a muita gente também. Precisamos mudar essa ideia de que "se a oferta é essa o público se acostuma".
 Agora, se a gente oferta coisa melhor, o público se acostuma da mesma maneira.


MAESTRO LUCIVÂNIO J.L.
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